sábado, maio 18, 2024
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Afinal, o que eu vou poder fazer no metaverso? Saiba como mergulhar neste novo mundo

O metaverso é uma realidade nova, onde são integrados o mundo real e o virtual através de dispositivos digitais, como os óculos 3D ou qualquer outra ferramenta que permita a sua imersão. O termo foi utilizado pela primeira vez por Neal Stephenson em sua obra “Nevasca”, de 1992. Um universo de inovações e novas tecnologias, como a inteligência artificial, 3D, realidade aumentada em ambientes virtuais, coletivos e compartilhados, mas com influências da vida real, como se fosse outra dimensão. Uma evolução dos jogos Second Life e The Sims, pois é necessário um avatar para interagir, mas agora de uma maneira hiper-realista. Se desejar, você pode ter uma outra vida nessa realidade virtual, um outro universo!

Como funciona esse novo universo?
Você deve utilizar algum dispositivo como o óculos 3D para interagir e se transportar para esse novo ambiente. Em vez de ser apenas o espectador de uma notícia ou de alguma empresa, poderá interagir e participar. O real e o virtual estarão misturados.

O que fazer para entrar?
São necessárias uma boa internet e uma boa conexão para melhor utilizar os dados e a realidade do metaverso. Ter óculos de realidade aumentada, para poder interagir, além de, em alguns casos, criptomoedas e blockchain, para poder fazer compras e adquirir esses bens. Basta entrar em uma das plataformas de metaverso e se cadastrar. Um exemplo é a plataforma Roblox, que pode ser acessada de qualquer tipo de computador, desde que você esteja conectado na internet. Para quem está começando, não é necessária a utilização de criptomoedas.

O que devo fazer para investir nesse universo?
Você pode comprar moedas digitais (criptomoedas), terrenos virtuais — que podem ser alugados ou vendidos no futuro — ou criar NFTs (tokens não fungíveis). Essas compras podem ser também pelo mundo real, por meio de ações das empresas que desenvolvem metaverso ou fundos ETFs (um fundo de investimento negociado na Bolsa de Valores). Também é possível investir em empresas que participam/participarão desse universo. Outra possibilidade é você mesmo ser um profissional que atue na criação desse universo através do desenvolvimento, adaptação e redesenho do mundo real, destaca a professora Vanessa Lessa, coordenadora do curso de jogos digitais da Universidade Paulista (Unip).

Quais empresas já estão no metaverso?
A Epic Games, famosa desenvolvedora de games, com experiência de shows famosos dentro de seus jogos. A Snap empresa que desenvolve óculos 3D (realidade aumentada). A Microsoft trabalha com realidade mista e desenvolvimento de novas tecnologias. A Roblox, uma plataforma muito conhecida de desenvolvimento de jogos e ambientes de metaverso. A Nvidia, desenvolvedora de placas de vídeo, já cogita entrar nesse novo universo.

Muitas outras empresas também cogitam mergulhar no metaverso. Uma delas é o Facebook. Cada uma criará sua plataforma como “universo”, com aplicações e experiências direcionadas. Assim como hoje temos o Instagram voltado para fotos, o Facebook para relações sociais, o LinkedIn para fins profissionais, poderão existir diversos “universos” onde você administrará seus outros “eus”. O ideal é se preparar, pois as perspectivas é que muitas interações, até com as empresas, serão feitas nesse novo mundo. O metaverso poderá ser o meio do caminho entre o remoto e o presencial.

Para conhecer, você pode acessar os diferentes metaversos:
Epic Games
Roblox
Meta
Dectraland
Qual a diferença entre metaverso e redes sociais?
O metaverso é como uma rede social, só que com a realidade aumentada, onde você interage com outros avatares em ambientes simulados e próximos do real. A sensação é muito próxima da realidade devido à simulação dos ambientes e ao uso dos óculos 3D. Em resumo, enquanto nas atuais redes sociais a interação visual é por 2D (altura x largura), o metaverso incluirá a profundidade e de modo gestual. Ou seja, altura x largura x profundidade x gestos (3D).

O que será possível fazer no metaverso que não é possível ainda hoje?
Será possível executar qualquer atividade do dia a dia, como fazer compras, passear, divertir-se, jogar. As pessoas podem reproduzir a sua vida em seus aspectos no mundo virtual. Você poderá reunir-se com os amigos e a família, e também colecionar experiências totalmente novas e diferentes de tudo o que conhecemos, principalmente nas tecnologias atuais. A professora Dra. Alessandra Bitante salienta que as salas de aulas tradicionais poderão ser integradas no metaverso. Da própria casa, os alunos terão uma imersão realista do ambiente escolar, sentindo sensações similares como se estivessem nas instalações da escola ou universidade. Já existe a possibilidade de compartilhamento de cheiros a distância.

Como as empresas podem se valer do metaverso?
Ainda é difícil dizer como as empresas poderão usar esse novo universo em seus negócios, mas é ideal que elas comecem a se preparar e a conhecer essa nova possibilidade de interação com as pessoas e os clientes.

O ambiente corporativo e o metaverso
As equipes poderão ter reuniões, treinamentos, criar e desenvolver projetos de maneira virtual, como se todos estivessem reunidos na mesma sala, mas com a vantagem de uma nova experiência, imersa e muito melhor. Já estão em desenvolvimento óculos (Vishal Shah) que captam feições faciais e as reproduzem nos avatares no metaverso. Hoje, essas expressões partem de palavras-chave pronunciadas pelas pessoas. Será possível até verificar as expressões faciais das pessoas nos avatares.

Marketing e metaverso
As ações de marketing buscarão a proximidade com os clientes pelo metaverso, com experiências cada vez mais realistas. Os clientes poderão experimentar roupas e acessórios antes de comprá-los. Será uma nova forma de marketing que irá resultar em compras (comércio eletrônico) cada vez mais próximas da experiência física. Os clientes poderão passear pelas lojas antes de adquirir produtos. A Lacta é um exemplo. Algumas marcas como a Renner a Balenciaga já desenvolveram roupas para serem utilizadas no metaverso, em várias plataformas. Elas são vendidas em suas lojas físicas também.

Há ainda os patrocínios a vários eventos no metaverso, como a cerveja Stella Artois, que incentiva eventos esportivos nesse novo universo. A Gucci patrocinou um jogo de Tennis Clash. Segundo Michel Souza, tecnólogo em marketing especializado em social media, os influenciadores no metaverso são outra maneira de marketing. Um claro exemplo é a Magazine Luiza, através da influenciadora Lu, que já tem seu avatar. Já a Satiko, da apresentadora Sabrina Sato, tem parcerias com Coca-Cola, Renner, Eudora e Greenpeace.

5 Preocupações com o metaverso (privacidade uma delas)

  1. Basicamente ainda estamos na tecnologia 4G, que não é capaz de lidar com o grande fluxo de dados exigidos pelos ambientes de realidade aumentada, onde bilhões de pessoas estarão conectadas simultaneamente.
  2. As empresas devem se preocupar em desenvolver plataformas que sejam compatíveis e intercambiáveis, para que o cliente possa andar de uma empresa para outra, porém preservando a segurança da informação e privacidade em todas suas ações, incluindo o cumprimento da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).
  3. Há também a preocupação com a questão ética. Como empresas envolvidas em vários escândalos de privacidade, como o Facebook, conseguirão garantir a proteção dos dados pessoais de seus usuários, em um ambiente em que ela terá acesso a muitos mais dados? Várias compras serão feitas nesse universo. Como esses dados serão mantidos e protegidos? Quem terá acesso? Muitos detalhes como identificações biométricas também serão utilizadas. Como será a segurança disso tudo?
  4. Várias empresas que estarão nesse novo universo vão ter a necessidade de informações próprias para autorizar o acesso aos usuários. Poderão existir cenários mal-intencionados, que podem utilizar esses dados para fraudes? Como será a segurança nesses diversos mundos?
  5. Avatares utilizados para aplicar golpes, pois eles não precisam necessariamente ter a mesma aparência física de seus “donos” e, assim, poderão ser desenvolvidos com o intuito de roubar informações ou até mesmo dinheiro de outras pessoas.

Para Bruno Bove, programador especializado no desenvolvimento de ambientes web e CEO da Fasters Soluções em TI, o mundo no metaverso tende a crescer. Porém, é necessário que as empresas detentoras da plataforma deem incentivos e direcionamentos sobre os recursos que podem ser explorados, incluindo os aspectos para o desenvolvimento seguro. Caso contrário, haverá o risco de entrar no rol das tendências fracassadas como o Second Life e Google Glass.

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