Como alinhar objetivos financeiros e sustentabilidade com foco ESG, com Rodrigo Balassiano

By Bryan Adams 7 Min Read

Rodrigo Balassiano, especialista em finanças estruturadas e profundo conhecedor das tendências de sustentabilidade no mercado de capitais, destaca a relevância crescente dos fundos estruturados como instrumentos para promover a integração entre retorno financeiro e responsabilidade socioambiental. A sigla ESG — que representa os pilares ambiental (Environmental), social (Social) e de governança (Governance) — tem moldado as decisões de investidores institucionais e reguladores, e já está profundamente conectada à forma como os fundos estruturados vêm sendo concebidos no Brasil.

Com um mercado cada vez mais atento às questões éticas, ambientais e sociais, os fundos estruturados surgem como veículos versáteis e eficientes para financiar projetos sustentáveis e, ao mesmo tempo, gerar retornos consistentes. Alinhar objetivos financeiros com práticas ESG é hoje uma exigência estratégica — não apenas uma tendência reputacional, mas uma condição concreta de competitividade e perenidade no mercado.

Rodrigo Balassiano e o papel estratégico dos fundos estruturados com foco ESG

Segundo Rodrigo Balassiano, os fundos estruturados — como FIDCs, FIPs e FIIs — possuem uma arquitetura flexível que permite canalizar recursos para setores e projetos específicos, com forte capacidade de monitoramento e controle de riscos. Isso os torna instrumentos ideais para financiar empresas e iniciativas que buscam, ao mesmo tempo, impacto positivo e rentabilidade.

Na prática, fundos estruturados ESG podem direcionar investimentos para áreas como energia renovável, saneamento básico, mobilidade urbana, habitação social, agricultura regenerativa, inovação em gestão de resíduos e inclusão financeira. Ao fazer isso com critérios rigorosos de governança e transparência, esses fundos se tornam veículos eficazes para investidores que buscam alinhar seus valores com suas carteiras.

Estruturação ESG: critérios, métricas e governança

Um dos principais desafios ao integrar ESG aos fundos estruturados está na definição e no acompanhamento de métricas claras de impacto. Os investidores não apenas esperam retorno, mas também querem evidências mensuráveis de que seus recursos estão contribuindo para um propósito maior.

Descubra com Rodrigo Balassiano estratégias para equilibrar desempenho financeiro e responsabilidade socioambiental com foco ESG.
Descubra com Rodrigo Balassiano estratégias para equilibrar desempenho financeiro e responsabilidade socioambiental com foco ESG.

Conforme explica Rodrigo Balassiano, a estruturação de um fundo com viés ESG exige due diligence socioambiental, critérios de elegibilidade alinhados a padrões como os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, e governança ativa para garantir a aderência aos princípios propostos. Também são necessárias auditorias independentes e relatórios periódicos que demonstrem tanto o desempenho financeiro quanto os resultados ESG alcançados.

FIDCs e FIPs como alavancas de sustentabilidade

Os FIDCs (Fundos de Investimento em Direitos Creditórios) têm se destacado no financiamento de cadeias produtivas sustentáveis, como agronegócio de baixo carbono e energia limpa. Ao comprar recebíveis de empresas que seguem boas práticas ambientais, sociais e de governança, os FIDCs se tornam canais de crédito estruturado que reforçam a sustentabilidade sem comprometer o retorno.

Já os FIPs (Fundos de Investimento em Participações) têm papel crucial no investimento em companhias com soluções inovadoras e modelos de negócios sustentáveis. Muitos FIPs estão voltados a projetos de infraestrutura com responsabilidade ambiental ou a empresas emergentes com modelos de impacto. De acordo com Rodrigo Balassiano, esses fundos são essenciais para conectar capital de longo prazo com inovação e impacto positivo.

Atratividade para investidores e fortalecimento da reputação

Investidores institucionais, como fundos de pensão, seguradoras e gestoras internacionais, têm priorizado ativos com critérios ESG em seus portfólios. Essa tendência se intensificou após a pandemia, quando o valor da resiliência, da transparência e da responsabilidade ganhou protagonismo.

Para Rodrigo Balassiano, fundos estruturados com viés ESG não apenas oferecem retorno ajustado ao risco, mas também fortalecem a reputação dos gestores e dos investidores envolvidos. Em um mundo onde a rastreabilidade e a integridade da informação são cada vez mais exigidas, o ESG agrega valor reputacional e reduz riscos regulatórios e jurídicos.

Regulação, taxonomia e transparência

No Brasil, a regulação para fundos ESG ainda está em evolução, mas iniciativas importantes já estão em curso. A CVM (Comissão de Valores Mobiliários) tem estimulado a adoção de práticas de sustentabilidade, e a criação de uma taxonomia verde brasileira promete dar mais clareza aos critérios de classificação.

Rodrigo Balassiano aponta que a transparência é um dos elementos-chave para consolidar a confiança dos investidores. A adoção de frameworks reconhecidos internacionalmente, como os princípios da UN PRI (Princípios para o Investimento Responsável) e os relatórios alinhados às recomendações do TCFD (Task Force on Climate-related Financial Disclosures), são boas práticas que têm sido adotadas pelos fundos estruturados de destaque.

Desafios e oportunidades para os gestores

Apesar dos avanços, ainda existem desafios relevantes. Entre eles, estão a padronização das métricas de impacto, a escassez de dados consistentes em setores menos desenvolvidos e a resistência cultural de alguns agentes financeiros. No entanto, esses obstáculos também representam oportunidades para inovação, formação de novas competências e diferenciação competitiva no mercado.

Segundo Rodrigo Balassiano, gestores que liderarem esse processo com autenticidade e rigor técnico sairão na frente. A conexão entre finanças e sustentabilidade está se tornando irreversível, e os fundos estruturados bem posicionados nesse contexto serão protagonistas da nova economia verde.

Conclusão

A integração entre fundos estruturados e ESG é uma realidade em consolidação no Brasil, oferecendo uma nova fronteira de investimentos capazes de combinar retorno financeiro com responsabilidade ambiental, social e de governança. Esse movimento não é apenas uma exigência dos tempos atuais, mas uma estratégia inteligente de alocação de capital.

A análise de especialistas como Rodrigo Balassiano reforça que o futuro dos investimentos passa pelo alinhamento entre propósito e desempenho. Fundos estruturados com foco ESG têm tudo para liderar essa transformação, conectando capital e impacto positivo de forma sólida, transparente e duradoura.

Autor: Bryan Adams

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